terça-feira, 19 de maio de 2015

Cotidiano contraditório



Meu olhar apaixonado
Agora anda entristecido
As pessoas moram na rua
Sem água e comida.

O frio chega e amolece
O coração de quem nota
Aqueles na calçada
Em agonia.

Os agasalhos doados
Não são suficientes
Para aquecer aquelas almas
Dadas como indigentes.

Onde estarão suas famílias?
Talvez acompanham o noticiário
Vendo o descaso
Com aqueles que só querem
Moradia...

O que fazer diante destas injustiças?
Escrever não basta,
Falar não acalenta...
Diga-me você:
O que faz para sobreviver?

sábado, 25 de outubro de 2014

Revoar de Sonhos






Dirijo a uma ponte
A que encontrei a felicidade,
Meus olhos lacrimejaram
Era mentira ou verdade?

As nuvens e suas toneladas
de sonhos e fantasias
Fugiram para o abismo
Muito antes de encontrar
A dita melancolia.

As flores amarelas
De uma árvore um pouco distante
São pontos luminosos
De um futuro verdejante.

Gaivota do horizonte
Em seu voo matinal
Repouse em minha janela
Dê-me Aquele Sinal!

No instante em que dirijo
Meus sentidos ao seu encontro
Deleito-me e divago
Em sonhos ainda estranhos...

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Bailando na primavera



Que sonho que sonhaste
Na calada da noite?
Respiras por inteiro
O seu Eu verdadeiro!

Me disseste que choravas
Por um amor não correspondido,
Te mandei uma carta,
Quero ser só uma amiga?

Esperavas na praça
O ruído dos pássaros,
Mas a primavera chegou
Beijei-me, por favor!

Bailavas no amanhecer
Quando enfim te encontrei,
Sapateavas a valsa
Venha meu bem, me abraça!

O luar chegou
Na noite em que te imaginei
Admirava as estrelas e
Personificavas em Princesa!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O que há para sonhar?


Quando seus sonhos se realizam, o que há para sonhar?
A casa no meio do mato, longe da civilização que te afoga, distante das incertezas da vida, somente na paz com seu espírito e a natureza. O que fazer quando tudo parece tão abstrato?
Eu quero sentir a pele pegando fogo na brasa do corpo que me aquece, sorrir para as estrelas e mergulhar na nossa vida de devaneios. O amor é uma dádiva que todos um dia vão sentir, o sentimento que se instala em nossa mente, em nosso peito e não quer partir. Desejo que minha vida seja repleta de desejos por sonhos, por amor, paixão e tudo que faça meus neurônios pirarem... Eu quero a vida!

Fernanda caminha lentamente, suspira, respira, enlouquece...
Fernanda dorme, tem pesadelos criativos, inquietação...

Ela olha ao redor e vê o mundo desmoronando, o céu fechado com nuvens sem chuva, observa que cada passo que dá chega ao futuro. Ela deseja o novo, a vida nova que está aí diante dos olhos... Ela quer juntar os trapos e correr para a cidade grande, lugar que comporte seu coração imenso e sua criatividade adormecida...

Fernanda espera ansiosamente o mistério que está por vir, a realização de um até ontem utópico sentido...

A frase "Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o mundo" está mais clara do que nunca, já se conhece, agora que venha o mundo!

É por mim, é por ti, é por nós que sonho tão grande!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O mito da caverna




 Eu não sei dizer se a aprendiz deixou de ser poeta, suas palavras agora são breves e escassas... O sentimento continua latente. E a poesia? Personificada em uma musa da realidade.



O mito da caverna

No princípio eu via imagens
Frutos da imaginação
Uma realidade criada
Para saciar os meus anseios.

Depois de conhecer a pele
Com seus toques verdadeiros
A união de nossos corpos
Nunca mais fui a mesma.

O que era sombra se transformou
Apareceu de corpo inteiro
Da minha caverna me retirei
Para perceber o mundo
Com meus olhos traiçoeiros.

Mas a privação retornou
Abalou o meu espírito
A caixa de Pandora não quer fechar
O que for feito para voar.

O toque de recolher
A luz que se apaga
O brilho que se ofusca
Deixa a mulher
Desfalecer...

terça-feira, 25 de junho de 2013

Essencia-me

Fernanda voltou e a sinto tão intensa dentro de mim... perpassam imagens, sensações, devaneios... que bom que ela não foi embora para sempre... Deleita-se agora em meu mundo...

Seu cheiro aromatiza
O ambiente em que habito
Suas mãos envolvem
O corpo indeciso.

Sua sensibilidade toca
Nas profundezas do meu ser
Meu coração sofre
Quando de noite não te sente...

Seu sorriso me diz
Que posso ser feliz
Seus lábios se rendem
Proferem palavras que me prende...

Beleza de mulher
Que sabe o que quer
Presenteia-me com seus olhares
A riqueza dos palmares.

Realeza do meu palácio
Cheio de liberdade
A libélula que voa
Ao encontro de uma proa.

Sereia que me canta
E me leva para o precipício
Perigo dos seus braços
Que entrelaçam.

Dama da minha literatura
Musa de minha poesia
Mulher que me inspira
Em noites de magia...

domingo, 23 de junho de 2013

O despertar



Depois de tanto tempo a chama acende e é impossível abrandá-la... é neste momento em que deixo as palavras preencherem a folha em branco... despertar o sentimento contido e inflamá-lo loucamente...


Dormir e não acordar
Das ilusões de um só sonho
Deixar-se levar pelas ondas
De um único oceano...

Tormenta da madrugada
O balançar do navio enjoa-me
O sono acalma-me
Quando ao seu lado recosta-se.

O horizonte pelo barco
Os rochedos ao amanhecer
A paisagem incerta do paraíso
Onde só vejo você...

Princesa que desperta
Na noite fria em alto-mar
Acaricia minhas pupilas
Com seu doce olhar.