"Dessa vez não será Fernanda que relatará suas angústias, a voz agora será minha."
A um mês atrás Beatriz deu o ultimatum. Resolveu se desprender de um sentimento que a asfixiava. Amava. O amor que fazia parte de sua existência começou a definhar. Quase sete anos. 7: seu número da sorte.
Final de 2004. Sua memória foi deletada, seu histórico foi excluído, mas o sentimento crescia, tomava forma, realidade virtual, cibernética tomou conta da realidade do mundo teoricamente real. Beatriz não a conheceu. Nossa personagem não via sentido se relacionar com pessoas reais, sabendo que seu coração só batia e sentia falta de uma pessoa, uma única pessoa: Ana.
Dezembro de 2008. Sentimento abalado, outro relacionamento em jogo, experiências inevitáves... Pessoas sofrem por suas escolhas.
Abril de 2010. Prévia do ultimatum. Poemas foram ilustrados, sensações desenhadas em linhas. Sentimento enfraquecido.
Agosto de 2010. Ultimatum. Depois de muitos anos e muito pensar Beatriz dá um passo extremamente importante na sua vida. Resolve se afastar por um tempo indeterminado.
Um mês. Como nossa personagem se sente? Bem, o coração não dói mais. Mas um vazio muito grande ocupou o lugar do imenso sentimento. Oco. Sente-se um coco oco, somente com uma leve partícula de sensibilidade. Amor? Amor de amigo, de família... amor que sustenta, que dá base... amor que por enquanto é suficiente...
Um mês. Ela ainda a ama? Amor de amiga com uma pequena vontade de devorar seu corpo... Uma vez. Uma única vez. Contato de corpos, estruturas, desejos. Sem preocupações psicológicas. Usar? Não é o termo específico.
"Fernanda não sabe. Ela não procura explicações, respostas. Nossa personagem só diz, só relata. A ambiguidade em ti, ela explora."
Segundo Bécquer já dizia
"mientras haya esperanzas y recuerdos,
!Habrá poesía!"
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