Não me olhe assim doce pensamento

Janelas a sufocam, os corredores, o corredor que vai em direção ao tesouro perdido, a porta que abre e fecha os seus desejos...

Fernanda não têm olhos, ela não enxerga, o coração está exausto! Seus pés caminham e dançam sozinhos um samba qualquer, encontra homens e mulheres que devoram seus corpos com os olhos... aqueles de inveja sadia, aqueles de tesões múltiplos... um ou outro percorrem seus lábios... momentos supérfluos que a torna superficial.

"De que valem mil beijos dados se não é do amor meu?"

Vazio. O lado sensitivo e emotivo perderam-se entre sentimentos feridos, salivas trocadas e indiferenças. Ela não se sente mal por isso, vive sem os diversos questionamentos que a habitaram... certeza não tem do que sente, vai na onda e na música que se segue.

Nos corredores frios

De departamentos diários

Busca a "bella donna"

De sonhos perdidos.

As salivas trocadas

Nada dizem sobre ela

Um corpo macho não condiz

Com seus prazeres divinos.

Impessoalidade habita

Num coração aparentemente frágil

A música pode perder a melodia

Mas ainda assim

Eclodirão suas fantasias.