terça-feira, 26 de outubro de 2010

Incontrolável pensamento...



Fernanda não sabe sentir-se caladamente. Seus olhos gritam de raiva, de sono, de amor. Seu cérebro gira e gira e gira e nada torna-se esclarecedor. Deseja ficar longe, isolar-se novamente para não fitar ninguém e destruir... Fernanda não sabe o quanto é doloroso fechar os olhos e não ver nada, querer e não poder.


Nossa personagem fecha-se. A carapaça que a recobre continua firme e imóvel. O peso em suas costas alerta que não está bem. Ela não está no seu humor fictício, a bipolaridade ativa-se novamente. Ela desaparece.


Fernanda sente-se dolorida. Sente-se poeticamente afetada por um medo, um momento que não pode ser evitado. Ela dorme no sonho real e limpa de sua mente as frustrações, pelo menos as momentâneas.


Ela não sabe sentir-se completamente sã, seus gestos denunciam sua mente transmutada. Fernanda não mais engana as aflições que assolam-na...






Não consigo dormir.


Imagino-a


Com seus pés suaves


Recostados na sandália preta


Contrastando com sua pele branca,


Alva.




O simples cerrar de pálpebras


Faz-me imaginá-la


Em pose, diante de mim


Sorrindo-me...


Desejando-me...




Não consigo dormir.


As indagações sobre a realidade


Entristecem-me...


Penso nela para sorrir


Mas nem isso agora


Faz-me feliz...




O vestido cor de abóbora


Transforma os meus sentidos,


Ela fica em primeiro plano


Acelera assim


Os meus batimentos cardíacos.




As pernas cruzadas


E alinhadas sensualemente


Faz-me ir ao céu e inferno


Experimentar sensações múltiplas


Gozar da luxúria


Contemplando-a sem precedentes...




O conjunto da obra


Da mulher que extasia


Faz-me perder a razão,


Quem dera se fosse possível


Controlar o que assola


E trasmuta a perfeição...

Um comentário:

Nanda disse...

simplismente lindo Beatriz...
vc evoluiu muito...
gostei pa caramba...ja gostava, mais ainda agora...