terça-feira, 26 de julho de 2011

Recanto


Recanto

Será que resgato
A primeira lembrança
Do nosso abraço?

A memória me falha
Dos tempos longíquos
Mas a presença hoje
Exprime: sinto.

No colo da praia
Você se deitava
Suas curvas mostravam a direção
O caminho da minha perdição...

O cansaço das pedaladas
Nós dividindo o colchão
As ondas do meu sonho levavam
Nossos corpos entrelaçados.

A toalha enrolada no corpo
Atiçando e provocando curto-circuito,
Os faróis numa noite fria
Acendendo a fogueira branda...

As unhas em minha pele
O abalo sísmico dos seus toques...
As imagens se formando
De um sonho não ilusório...

A peça no varal
Completando o quebra-cabeça,
Desconcertaste a mente
Agora presente...

As massagens infinitas
Na meia luz de um quarto,
As montanhas se encontravam
E o frisson instalava-se.

O fio condutor de nossas almas
Uniram nossos c0rpos
Na embriaguez da seriedade
Tornei-te poeticidade.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sentidos


Sentidos


Uma voz ecoa

Das profundezas de um ser

Seu grito de liberdade:

Eu posso viver!


Os olhares profundos

A cegueira aparente

O que vês não é:

Torna-se.


As mãos que caminham

E reconhecem o corpo,

Aquele que é tocado:

Transforma-se.


O aroma que exala

De cabelos e pele

Sensibiliza o mais rude:

Expressa.


A palavra proferida

Tão constante e persistente

Exprime todos os sentidos

Que a torna envolvente.