"Hoje faz 23 ou 24 dias que não falo com ela. Admito que não sinto tanta falta. Mas admito que sinto falta de alguém dizer que me ama".
Fernando cometeu uma audácia, não se segurou e revelou à sua inspiração, à sua musa um poema que fez... Aquele perfume em sua roupa... aquele abraço psicodélico. Psicodélico. Tantas imagens perpassaram sua mente... aquele olor penetrando suas narinas, um abuso, uma violação... o LSD... O Boa Noite Cinderela... que fez a Bela Adormecida sonhar... excitar-se e divagar-se em todos os planos de pensamentos e lógicas e sentidos.
Um vestido. Um vestido estampado que se assemelha à música de Ana Carolina. Um andar. Como ela pode andar estonteantemente tão bela... São os olhos da nossa personagem que estão cobertos com uma fina fibra de ilusão... Uma fibra altamente tóxica. Seus olhos estão vermelhos. Irritados. O veneno ilusório a está envolvendo, tantos anos acolhendo-a... os olhos perdem a sensibilidade. Seus olhares estão fixos. Aquele caminho. A linha que atravessa o corpo de alguém. Movimentos rápidos... Secando-a. Alimentando-se de sua estrutura física e excitante.
Cheiro. Como será difícil esquecer o cheiro. Não são os olores dos nossos corpos. É o aroma que exala dela, que fazem os seus sentidos ativarem uma substância inevitável. O corpo em chamas devido ao perfume... Como sobreviver a essas sensações?
Nossa personagem dorme. Talvez esteja no momento de parar de querer estar nos braços do seu próprio ego. Bipolaridade. Sensibilidade. Poeticidade altamente erótica. Frágil. Fernanda, tu és.