terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sentindo-se...


Será que estou me apaixonando novamente? Será que alguma doença está me assolando? O corpo aflito insiste, persiste na droga que me definha... Eu a quero em essência, corpo nu, corpo revestido de doses de conhecimento, de anos que se passaram antes de eu vir ao mundo.

Ma Chérie. Quero percorrer suas curvas italianas abrasileiradas. Necessidade de estar junto, recostada em seu ombro... Seu colo. Beije-me os lábios que te chama, ensine essa criança a amar de verdade, a sentir o corpo feminino com a sensibilidade que lhe cabe... a sensibilidade que se expressa em sua escrita.


Ma Chérie, ne me quitte pas. No sé olvidé de mí. No dejame sola.






Despedida.



O chocolate na bolsa



O coração saltitante



Os versos no papel



E a coragem...






Ela vai e deixa-me



Acompanho com o olhar



Minhas mãos em suas pernas



Da panturrilha até as coxas



Percorrendo a imaginação...



Penetrando pensamentos...



Ilusão.






Sinta-se



Como te sinto



Completamente



Instável...



Eu tinha medo e tudo que temia aconteceu. Penso nela antes de dormir, sinto seu cheiro no meu travesseiro. O único cheiro que senti uma única vez em minhas vestes. Aquele doce e inesquecível abraço. Preciso de sanidade para dormir, mas por enquanto isso está fora de cogitação. Não durmo enquando não a imagino nos meus braços, enquanto não me vem a imagem das suas costas... SUAS COSTAS. Nuas, com pintas que pintam o sete da minha imaginação.

Mulher provocante por que atravessastes o meu caminho? Agora preciso nutrir essa ilusão com algumas visões que se formam depois de tanto te admirar. És bela e isso me deixa desnorteada.


Meus olhos fecham agora. O sono bate na porta e vou recostar-me. Dormir para sonhar contigo, para chegar o dia de amanhã e quem sabe admirá-la mais um pouquinho... juntar corpus para escrever. Escrever sobre e para ti...

Deitai sobre meu corpo nu e adormecer...



Deitai sobre minha inocência e despertar...



Deitai sobre meus sonhos e divagar...



Deitai na minha sanidade e enlouquecer...



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ser bipartido



Eu desejo inteiramente que ela apareça e me transforme numa borboleta, o casulo está me incomodando imensamente. Quero pousar meus olhos no seu corpo juvenil, percorrer suas montanhas pelo riacho sem água que transpiram aquelas gotas singelas de suor, que rolam, que deslizam calmamente. Meus olhos registram a linha que a separa, da cabeça até a fenda, até a divisão dos seus lábios... aqueles lábios!


Minha menina acompanha os movimentos dos seus pés, incontroláveis. Congela-a numa pose que lhe agrada. A panturilha. A boca saliva como um cachorro louco, com fome absurda. Seu corpo exige o alimento para continuar vivendo sã, sanamente vital. A menina na imensidão dos seus mares fica estática, as mãos num frenesi querendo tocá-la, repousá-las em seus fios de ouro. Fios de ouro que diminuíram com o corte brusco, o corte que não afetou a apreciação.


Meus olhos repousam numa folha em branco, e num plano imagético cria a personagem com suas lembranças... Com seus sonhos que causam insônia. A imagem que faço dela, fruto de um desejo constante de poetizá-la, materializá-la em algumas linhas... Eternizando-a.




Ela levanta-se


E eu paro minha leitura


Bruscamente...




Meus olhos a seguem


Depois voltam para o papel


As letras de embaralham


Perco-me em pensamentos...




Em círculo a contemplo


Num êxtase incontrolável


Cada movimento dado


Desperta em mim


Um riso exagerado.




Ela caminha


E eu tremo


Não consigo me conter


A musa é estonteante


Faz-me desfalecer.




Duas semanas me restam


De martírio...


Incessantemente não a verei...


Partirei para outro desafio...




Musa de um semestre


Recordações para a vida toda...


Musa que despertastes


A loba que em mim


Instala-se...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Pensamentos soltos...



Inquietações de Clarice e de Raduan Nassar mantêm a mente de Fernanda ocupada. A ótica feminina de seus sentidos são expressos sintaticamente...

Queira-me meu amor
Agora eu te imploro
Ceda-me seu corpo
Simplesmente e de novo.

Queira-me natureza
No teu seio juvenil
Acolha-me em seus br
aços
Proteja-me do fuzil

Queira-me liberdade
Com asas ocultadas
Guia-me pelo ar
Numa fração irregular.


O peito infla quando a lembrança de seus olhos nos meus sonhos me devoram. O pensamento vai além do impossível.
A musa não está presente nessa realidade que a cerca... e ela se sente encurralada, as lágrimas correm e escorrem pelo seu rosto deixando a pele marcada... E o coração sofrido por amar descontroladamente... Devore-me. DEVORA-ME. Consome-me. Sejas minhas e eu tua.

Mãos atadas
Mãos interligadas
Mãos reprimidas...