segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Orgia poética

Alguém. Deitado na cama ao lado enquanto o filme passa. Os pêlos em suas pernas a faz imaginar o corpo másculo em movimento. Seu ser juntando-se com outro, fundindo-se com brutalidade e paixão. Assistindo dois homens se entregando. Imaginação.

O desejo impregnado no rosto, no corpo, nos olhos profundos. Sensações momentâneas, irrealizáveis. O beijo bastaria ou acenderia a chama que a queima?
Mulher em seu leito a consumindo. Areia movediça que a suga, redemoinho de água que a leva às profundezas.


Alguém. Venda seus olhos. Oculta o sonho de sua realidade. Vai-se. Recupera do passado o momento doloroso da partida. Não sente, mas se entristece. Dois corpos. Seres transitam cada um em sua fantasia psicológica. Constroem-me mutuamente.

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