segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Deixe-me...

Alguns anos se passaram e eu ainda estou aqui, entregue à essa tecnologia que me vicia todos os dias... Conseguirei viver sem a internet? Sem a íntima ligação entre um NÓS que não existe há muito tempo?



A criança não abre mais os olhos, o que vai enxergar? Um mundo de mediocridade, de desejos, de sonhos vãos? A criança não sente suas mãos, mas brinca com as bonecas humanas que a cercam... Será que isso é suficiente para curá-la desse mal? A criança não chora, a criança é tão duramente deplorável... É um inseto que come do veneno e morre aos poucos... é o rato que devora um queijo maldito, para saciá-lo, para alimentar o que o constitui... A criança não é humana... Foi ao encontro da medusa que a transformou em pedra... deixou-se cair pelo canto das sereias e está morrendo afogada... águas saem pelos seus poros... jorra... a fonte seca... suas veias transbordam... O corpo esgota-se...

O que fazer com essa alegria constante em meus lábios? Meu sorriso é contagiante como o ódio que às vezes invade meu peito... Polaridade que incomoda membros mais próximos... O amor que sente é tão poderoso e inevitável... A raiva vem e passa e machuca e transforma...

Deixe-me dizer o que me afligue... São aqueles belos pares de pensamentos... aqueles sensatos e libidinosos... força tão intensa que me faz pensar em cenas... em momentos que nunca hão de existir... São mentes que me saciam e me metamorfoseiam...


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