quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ser ou não ser?


Entre quatro paredes ela se pergunta, quem sou eu? Os objetos que compõem seu quarto certamente poderiam identificá-la, mas são vários Eus que se confundem em cada espaço de sua minúscula habitação.

Prosta-se nua em frente ao espelho e vê que as mudanças ocorreram, aquele corpo de menina há muito tempo se foi... e agora é uma mulher!

Ela se conhece em cada toque de suas mãos, a cada carícia dada que enfeitiça seu ego... ela se deita e proclama!

A pergunta novamente a chama... Quem sou eu?

A pele negra com manchas de sol nunca a incomodara... considera-se negra?

Em sua estante alguns livros se encontram, mas nenhum deles falam de sua raça e sim dos seus sentimentos.


Negra talvez seja,

Mas não sabe de sua cultura

A cor está na pele,

Mas a consciência é imatura.


Grita aos quatro ventos

Que é descendente de africano,

Em seus olhos vemos o preconceito

De um povo traiçoeiro.


A História foi traçada

Basta se adaptar

Saiba quem você é

Pra depois dar no pé.

4 comentários:

jhamiltonbrito.blogspot.com disse...

Quando a cor está na pele mas a consciência é madura, vemos uma pessoa competente, poeta maravilhosa e, que se precisar dar no pé, será para ir na busca de maior glória e reconhecimento.Conheço alguém asssim, moiça bonita e competente.

Antonio Luceni disse...

Beatriz... gostaria de convidá-la a participar da coletânea Tantas Palavras... mais informações no meu blog: www.antonioluceni.blogspot.com

Anônimo disse...

Nossa você é otima parabens !

leonardo disse...

Parabéns, poetinha linda, pela sua sensibilidade na arte de escrever .
forte abraço, sucesso.....